Fechar ×Pauta de Opinião Pública

Direitos humanos dos EUA e do Canadá concedem o maior prêmio a Lula

A AFL-CIO reconhece as décadas de luta de Lula para avanço dos direitos dos trabalhadores, fortalecimento da democracia brasileira, e sua luta para maior igualdade e justiça no mundo.

O ex-presidente Lula (PT) recebeu nesta quinta-feira (14) o Prêmio de Direitos Humanos George Meany-Lane Kirkland 2019. A homenagem foi concedida pela Federação Americana do Trabalho e Congresso de Organizações Industriais (AFL-CIO), a maior central sindical dos Estados Unidos e Canadá.

Foto: ricardo stuckert – instituto lulaLula recebe Prêmio de Direitos Humanos George Meany-Lane Kirkland 2019
Lula recebe Prêmio de Direitos Humanos George Meany-Lane Kirkland 2019

“A AFL-CIO reconhece as décadas de luta de Lula para avanço dos direitos dos trabalhadores, fortalecimento da democria brasileira, e sua luta para maior igualdade e justiça no mundo.

As mulheres e homens da AFL-CIO concedem este prêmio a Lula e prometem continuar na nossa solidariedade com a luta por justiça e democracia no Brasil e no mundo.”

No texto em que explica a escolha, a central denuncia a prisão injusta e sem provas de Lula, e recorda as conquistas que o Brasil e o povo brasileiro alcançaram durante seus mandatos. (Do Instituto Lula)

Veja texto sobre o prêmio a Lula em inglês:

2019 George Meany-Lane Kirkland Human Rights Award

As a migrant, a worker, a union leader and a political visionary, Luiz Inácio “Lula” da Silva has spent his life fighting for democracy and the rights of workers and excluded communities in Brazil. As president from 2003 through 2010, Lula led millions out of poverty and increased access to higher education and housing for poorer citizens. He became a leader revered worldwide by those who believe a sustainable global economy rests on prosperity being shared broadly. The AFL-CIO therefore honors Luiz Inácio “Lula” da Silva with its annual George Meany-Lane Kirkland Human Rights Award.

In his commitment to increasing access to a decent life and to basic rights as widely as possible, Lula has been faithful to his origins in the poor northeast of Brazil, where he grew up before migrating to São Paulo with his mother and seven brothers and sisters. As the head of a key metalworkers’ union in the late 1970s, he led workers who confronted Brazil’s dictatorship to democratize workplaces and unions. Lula was a crucial figure in the broad alliance of mass social movements, artists and intellectuals, women and men, and Brazilians of all races, that brought democracy back to Brazil in 1985.

In that young democracy, Lula fought tirelessly to broaden the promise of equal rights and a decent life to Brazil’s people. During his presidency, all Brazilians prospered. But since 2015, opponents of such progress have taken advantage of an economic downturn, elite resentment of lost control and prejudice against many of their fellow citizens to take the country backward, freezing health and education spending for 20 years, undermining workers’ rights, rolling back advances in racial and gender equality, endangering the Amazon rainforest and indigenous people, and sowing hatred and fear in their speech and actions.

These privileged elites have undermined Brazil’s fragile democratic institutions, especially its judiciary, and took extraordinary and illegal measures to prevent Lula from running for president in October 2018 when all polls predicted his victory. Since April 8, 2018, Lula has been a political prisoner, convicted of “unspecified official acts” with only plea-bargained testimony as evidence against him. In defiance of Brazil’s Constitution, he has been imprisoned while his appeals still are pending, blocked from receiving visitors though that privilege is allowed to many other prisoners and prevented from attending his brother’s funeral, although Brazil grants thousands of such bereavement leaves each month. In fact, Lula had more access to rights when he was arrested for his activism during the 1970s dictatorship than he has in today’s Brazil.

Lula’s crime is having the audacity to take well more than 30 million people out of poverty and challenge the privileges of the powerful elite, who long have acted as though they own Brazil. Throughout this ordeal, Lula and the broad social movement that he and allies built have remained clear: a luta continua—the struggle continues.

The AFL-CIO joins the United Nations Human Rights Committee in calling for the restoration of Lula’s full political rights, and we unite with the global labor movement in demanding his immediate acquittal and release from a profoundly unjust political persecution.

Lula and Brazil’s vibrant social movements continue both as real actors in the daily struggle for social justice in Brazil, and as a symbol of the hope we all guard for a return to democracy in many countries passing through a dark period of increasing inequality and rank hatred of migrants, workers, and leaders and visionaries committed to social justice.

The AFL-CIO recognizes Lula’s decades of struggle to improve workers’ rights, strengthen Brazil’s democracy, and fight for greater equality and justice around the world. The working people of the AFL-CIO grant this award to Lula and promise our continuing solidarity in the fight for justice and democracy in Brazil and around the world.

LEIA TAMBÉM:

 “Como presidente, de 2003 a 2010, Lula resgatou milhões de pessoas da pobreza e estendeu o acesso à educação superior e à habitação a milhares de cidadãos de baixa renda. Ele se tornou um líder respeitado em todo o mundo por aqueles que acreditam que uma economia global sustentável depende de uma melhor distribuição da prosperidade. Por isso, a AFL-CIO honra Luiz Inácio Lula da Silva com seu prêmio de direitos humanos George Meany-Lane Kirkland”, diz o texto da central que explica a escolha.

No texto, a central também denuncia a prisão injusta e sem provas de Lula, e recorda as conquistas que o Brasil e o povo brasileiro alcançaram durante seus mandatos.

Como migrante, trabalhador, líder sindical e visionário político, Luiz Inácio Lula da Silva passou sua vida lutando por democracia e pelos direitos dos trabalhadores e comunidades excluídas no Brasil. Como presidente, de 2003 a 2010, Lula resgatou milhões de pessoas da pobreza e estendeu o acesso à educação superior e à habitação a milhares de cidadãos de baixa renda. Ele se tornou um líder respeitado em todo o mundo por aqueles que acreditam que uma economia global sustentável depende de uma melhor distribuição da prosperidade. Por isso, a AFL-CIO honra Luiz Inácio Lula da Silva com seu prêmio de direitos humanos George Meany-Lane Kirkland.

Em seu compromisso para ampliar o acesso a uma vida decente e a direitos básicos, Lula tem sido fiel às suas origens no carente Nordeste brasileiro, onde viveu antes de migrar para São Paulo com sua mãe e irmãos.

Como líder de um importante sindicato metalúrgico no fim dos anos 70, ele conduziu trabalhadores que enfrentavam a ditadura no país para democratizar locais de trabalho e sindicatos.

 Lula foi um personagem crucial na ampla aliança de movimentos sociais de massa, artistas e intelectuais, mulheres e homens, e brasileiros de todas as raças, que restabeleceu a democracia no Brasil em 1985.

Naquela jovem democracia, Lula lutou sem descansar para colocar o maior número possível de pessoas numa situação de igualdade de direitos e de uma vida decente que um país tão grande quanto o Brasil poderia oferecer a seu povo.

 Durante sua Presidência, o Brasil apresentou progresso concreto e consistente em termos de inclusão social, e todos os brasileiros prosperaram. Mas desde 2015, opositores a tal progresso aproveitaram a retração econômica, o ressentimento da elite por ter perdido o controle do país e o preconceito contra muitos de seus cidadãos para levar o país para trás, congelando os investimentos em educação e saúde por vinte anos, minando direitos trabalhistas, revertendo avanços em igualdade racial e de gênero, ameaçando a floresta amazônica e povos indígenas e semeando o ódio e medo em seus discursos e ações.

Para avançar sua agenda, esta elite minou as frágeis instituições democráticas brasileiras, especialmente o Judiciário, e tomou medidas extraordinárias e ilegais para impedir que Lula concorresse à eleição presidencial em outubro de 2018, quando pesquisas apontavam sua vitória. Desde 7 de abril de 2018, Lula é um prisioneiro político, condenado por “atos oficiais não especificados” tendo como prova contra ele apenas informações originadas em delações premiadas sem documento. Contrariamente à Constituição brasileira, ele permanece preso enquanto recursos ainda estão sendo examinados e foi impedido de comparecer ao funeral de seu irmão, embora o Brasil permita tais saídas a milhares de prisioneiros todos os meses. Enquanto estava preso durante a ditadura nos anos 70, Lula teve mais acesso a seus direitos do que no Brasil de hoje.

O crime de Lula foi ter a audácia de tirar mais de 30 milhões de pessoas da pobreza e desafiar os privilégios da poderosa elite que há muito age como se fosse dona do Brasil. Durante este período difícil, a mensagem de Lula e do amplo movimento social que ele e seus aliados construíram permanece clara: a luta continua.

A AFL-CIO junta-se ao Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas no pedido para que os direitos políticos integrais de Lula sejam restaurados, e nos unimos com o movimento trabalhista global na demanda para que Lula seja absolvido imediatamente e liberado de uma perseguição política profundamente injusta.

Lula e os vibrantes movimentos sociais brasileiros continuam tanto como atores reais na luta diária por justiça social no Brasil, assim como símbolos da esperança que todos compartilhamos por um retorno da democracia em muitos países que atualmente passam por períodos sombrios de aumento da desigualdade e ódio contra migrantes, trabalhadores, e líderes e visionários comprometidos com justiça social.

A AFL-CIO reconhece as décadas de luta de Lula para avanço dos direitos dos trabalhadores, fortalecimento da democracia brasileira, e sua luta para maior igualdade e justiça no mundo. As mulheres e homens da AFL-CIO concedem este prêmio a Lula e prometem continuar na nossa solidariedade com a luta por justiça e democracia no Brasil e no mundo.

Com informações do Instituto Lula

Fonte: Carta Campinas

Compartilhe este artigo:

Facebook

Enquete

Qual sua avaliação sobre o juiz das garantias para o país?

  • 34,0%
  • 0,0%
  • 0,0%
  • 7,0%
  • 7,0%
  • 50,0%

Total: 26 voto(s)

Encerrada em 31/05/2020 11:41

Últimas Notícias