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Morre o médico Alcenor Almeida pai do advogado Joaquim Almeida

Morre em Teresina aos 93 anos, o médico Barbosa de Almeida morre, deixando a obra perene do Hospital São Marcos

Morreu na tarde deste domingo, aos 93 a os de idade, o médico Alcenor Barbosa de Almeida. Ele foi um dos fundadores da Sociedade Piauiense de Combate ao Câncer, entidade que mantém o Hospital São Marcos, que ao longo de 63 anos se tornou uma referência no tratamento oncológico para boa parte das regiões Nordeste e Norte do Brasil.

Foto: DivulgaçãoMédico Alcenor Barbosa de Almeida
Médico Alcenor Barbosa de Almeida

Afastado da direção do hospital já havia algum tempo, Alcenor fez do São Marcos muito mais que um estabelecimento hospitalar especializado no tratamento de pacientes com câncer, fazendo dele um hospital de referência também em outras especialidades médicas.

Entre 1988 e 1992 foi vereador de Teresina, eleito praticamente sem fazer campanha, apenas pelo respeito que a cidade devotava ao seu trabalho como médico. Em 1992, foi candidato a vice-prefeito na chapa liderada por Jesualdo Cavalcanti – morto neste ano.

Alcenor nasceu em uma família de sete irmãos, na cidade de Palmeirais, a cerca de 100 km ao Norte de Teresina. Desde muito jovem já imaginava cursar Medicina, iniciando esse percurso em estudos primários na cidade natal e depois no Liceu Piauiense.

Nos anos 40, contudo, estudar Medicina requeria sair do Piauí e foi isso que ele fez, indo cursar o que hoje seria o ensino médio no Rio de Janeiro, onde ingressou na Faculdade Nacional de Medicina. Em 1952 ele estava formado e faria o caminho de volta a Teresina.

No ano seguinte, 1953,  deu início à sua carreira médica. Por mais de 50 anos atuou como cirurgião, fazendo consultas e dirigindo o Hospital São Marcos, que surgiu como um ambulatório no centro da cidade para tornar-se um estabelecimento de saúde dos mais importantes, uma referência para toda uma região. Podem ser contados em milhões os atendimentos feitos no Hospital São Marcos ao longo de mais de seis décadas.

Quem conhece a história da medicina no Piauí sabe que a expansão do São Marcos é uma obra pessoal de Alcenor Almeida. Por mais de meio século foi sob a batuta dele que o estabelecimento se tornou o que é atualmente. “Muita gente acha que sou dono do São Marcos, mas não sou. O hospital é uma instituição filantrópica que tem uma diretoria que comanda a instituição, e eu fui convidado em 1965 para ser o presidente, e estou aqui até hoje”, disse, anos atrás em uma entrevista disponível no site da empresa Pronto-Med.

Mas se não era o dono do São Marcos, fazia do hospital uma razão de vida, tanto que se aposentou como médico aos 70 anos, mas não da condição de dirigente do hospital, porque, segundo explicava, dirigir o HSM dava a ele vida, o mantinha com vigor físico e intelectual.

O tempo cuidou de afastar Alcenor Almeida das funções de dirigente da Sociedade Piauiense de Combate ao Câncer e do Hospital São Marcos.  A tarefa acabou por ser entregue aos filhos, entre os quais o arquiteto Gustavo Almeida e o advogado Joaquim Almeida.

Para conversar sobre sua experiência de vida e participação na história do desenvolvimento da medicina no Piauí, Dr.Alcenor Almeida recebeu gentilmente a reportagem do Portal Medplan em seu escritório e, após a entrevista, fez questão de mostrar e comprovar muitos dos avanços que ele implantou no hospital, como a moderna cozinha e equipamentos de ponta no setor de diagnóstico por imagem dedicado as mulheres.

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O médico Alcenor Almeida, 93 anos, é de uma família de sete irmãos, com origem em Palmeirais, Piauí ; sendo que desde muito jovem já tinha a convicção de cursar medicina.  A vida escolar foi iniciada em sua cidade natal e, o então científico, foi  feito na tradicional escola pública Liceu Piauiense, em Teresina. ?Quando concluí o segundo grau fui para o Rio de Janeiro onde prestei vestibular para a Faculdade Nacional de Medicina. Para este concurso me preparei durante sete meses e obtive êxito. Eu era bom em química, física e biologia , e isso me salvou?, brinca.

O sonho de Alcenor Almeida de ser médico se concretizou no ano de 1952. Logo em 1953 ele voltou para Teresina onde começou a trilhar sua carreia e hoje, depois de mais de 50 anos de profissão, continua na ativa só que não mais no consultório nem nas salas de cirurgia, mas à frente  da presidência do Hospital São Marcos. O hospital, na sua administração, cresceu de um pequeno ambulatório para um centro de saúde com atendimento em todas as especialidades, sendo uma referência no tratamento oncológico.

Aqueles que conhecem a história da medicina no Piauí sabem que a expansão do São Marcos aconteceu sob sua gestão, que já dura 40 anos, o que personificou o hospital nele. ?Muita gente acha que sou dono do São Marcos, mas não sou. O hospital é uma instituição filantrópica que tem uma diretoria que comanda a instituição, e eu fui convidado em 1965 para ser o presidente, e estou aqui  até hoje?, explica.

Aos 70 anos de idade Dr.Alcenor fechou seu consultório, aposentou-se como médico e passou a dedicar-se exclusivamente ao Hospital São Marcos, de onde ele diz tirar forças. ?Essa atividade me dá vida longa e me mantém uma pessoa com vigor físico e intelectual. Enquanto viver quero realizar esse trabalho?.

Para conversar sobre sua experiência de vida e participação na história do desenvolvimento da medicina no Piauí, Dr.Alcenor Almeida recebeu gentilmente a reportagem do Portal Medplan em seu escritório e, após a entrevista, fez questão de mostrar e comprovar muitos dos avanços que ele implantou no hospital, como a moderna cozinha e equipamentos de ponta no setor de diagnóstico por imagem dedicado as mulheres.

Portal Medplan - O senhor estudou o curso de medicina fora do Piauí, mas logo que se formou no Rio de Janeiro voltou para cá e começou na profissão. Como o senhor avalia a medicina do nosso Estado de lá até os dias de hoje?

Alcenor Almeida ? Depois de me formar em Medicina no Rio de Janeiro, pela Faculdade Nacional de Medicina, que era considerada a melhor do país na época, fui trabalhar como médico no Hospital Getúlio Vargas. Em seguida passei para a  segunda clínica cirúrgica, dirigida pelo Dr.Gerardo Vasconcelos, tendo trabalhado também na ortopedia e traumatologia. Saí do HGV e fui trabalhar no IAPET (Instituto de Assistência e Previdência dos Trabalhadores do Transportes).Trabalhei  também no IAPC, que era o Instituto de aposentadoria dos comerciários, onde fiz concurso regional (Piauí, Ceará e Maranhão) para cirurgia geral, quando fui classificado em primeiro lugar nos três estados. Depois fui para o Samdu (Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência), época em que permanecí nos dois empregos. Nesta mesma época fui vice-diretor administrativo do HGV, na gestão de Luís Fortes Batista. Foi quando fizemos uma grande reforma no Hospital, construindo o terceiro pavimento, centro cirúrgico com dez salas, restauração da cozinha, lavanderia; durante o governo de Petrônio Portela.

O HGV significou o nascimento de uma medicina de primeiro grau em Teresina. Era de fato o único hospital da cidade, depois surgiram a Casamater e o Santa Maria, e em seguida o Hospital São Marcos começou a nascer. Já na minha administração ampliei o ambulatório, fiz instalação de uma bomba de cobalto, depois veio a construção do hospital, com 70 leitos, dois pavimentos e centro cirúrgico com seis salas.  O São Marcos continuou crescendo, o ambulatório foi ampliado de oito consultórios para o que tem hoje: 69. De um só médico foi para dez , e hoje tem cerca de 230 médicos, três andares de hospital, oito blocos, um centro cirúrgico com 10 salas de cirurgia, serviço de hemodinâmica com duas máquinas, duas UTIs de dez leitos cada, serviço de quimioterapia com 20 leitos para tratamento ambulatorial, radioterapia com dois aceleradores lineares, uma bomba de cobalto mais potente que a inicial.E todo esse serviço de radioterapia é computadorizado. Complementando este serviço temos um aparelho de braquiterapia para o tratamento do câncer de colo uterino, que é o que há de mais moderno, não tem nada igual no Brasil, creio que nem no INCA (São Paulo). Com este aparelho o tratamento é feito com aplicação uma vez por semana com 15 minutos de duração de quatro a seis semanas. Pelo método convencional anterior, o tratamento obrigava a mulher a ficar quatro dias deitada com os elementos radioativos colocados dentro da vagina, sem poder se mexer, nem levantar.

Então, avalio a medicina do Piauí localizada em Teresina, levando em conta o Hospital São Marcos e os outros, como uma das melhores e mais bem equipadas do Brasil e com excelentes profissionais.

Fonte: AZ/Mediplan

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Encerrada em 31/05/2020 11:41

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