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A pergunta é direta.
Mas a resposta exige mais do que manchetes, bandeiras ou paixões.
Exige coragem para olhar para além das narrativas prontas,
para além dos mapas redesenhados com sangue,
para além do preto e branco imposto pela geopolítica do espetáculo.
Não há vilania pura onde reina a complexidade histórica.
Não há heróis límpidos nem monstros absolutos quando se trata de séculos de ocupação, colonialismo, humilhações, manipulações externas, interesses econômicos, medo e vingança.
No teatro brutal da geopolítica do Oriente Médio, onde cada bomba tem um nome, cada ataque tem uma justificativa e cada morte é uma cifra estatística, uma pergunta ressurge com a força de um dilema moral: quem é o verdadeiro vilão — Israel ou Irã?
A resposta, embora tentadora para os que buscam o conforto das certezas, não se encontra na superfície das manchetes nem nos discursos inflamados das lideranças. Está enterrada sob séculos de feridas abertas, jogos de dominação, alianças volúveis e uma constante instrumentalização do sofrimento humano.
Israel: entre segurança e supremacia
Israel nasceu sob a sombra do genocídio e com a promessa de ser um refúgio. E, de fato, o povo judeu teve sua dignidade negada por séculos — e o antissemitismo que persiste até hoje é uma chaga vergonhosa da humanidade. Mas o passado não pode ser usado como salvo-conduto para o presente.
Ao longo das décadas, Israel deixou de ser apenas um Estado em busca de segurança para se tornar um regime de ocupação permanente. Construiu muros, expandiu assentamentos, estrangulou a Palestina com bloqueios, checkpointse bombardeios “cirúrgicos” que matam civis como se fossem alvos válidos. O aparato militar israelense é um dos mais sofisticados do mundo, e sua política externa tem sido, muitas vezes, de arrogância imperialista, disfarçada de autodefesa.
Israel quer ser reconhecido, mas nega reconhecimento a quem ocupa. Clama por segurança, mas oferece desespero em troca. Reivindica o direito de existir, mas questiona esse mesmo direito ao outro. E nisso, perde-se: de vítima histórica, torna-se executor moderno de uma ocupação que muitos chamam, com razão, de apartheid.
Irã: entre resistência e hegemonia
Do outro lado, o Irã se apresenta como bastião da resistência anti-imperialista, defensor das causas esquecidas, protetor dos oprimidos — especialmente dos palestinos e xiitas marginalizados pela geopolítica sunita e ocidental. Mas esse discurso, embora sedutor, é profundamente cínico.
A República Islâmica não é apenas uma nação religiosa. É uma teocracia autoritária, que aprisiona dissidentes, oprime mulheres, censura liberdades e usa o anti-Israelismo como escudo para justificar sua influência violenta na região. O apoio a grupos como Hezbollah, a interferência em conflitos regionais como os da Síria, do Iêmen e do Iraque, e seu programa nuclear com intenções ambíguas, revelam que o Irã não quer apenas resistir — quer liderar, controlar, moldar o destino de povos inteiros à sua imagem ideológica.
Em nome da luta contra o sionismo e os Estados Unidos, Teerã financia a morte. E como toda potência que mira o poder, também faz das vítimas degraus em sua escada de ambições.
E então, quem é o verdadeiro vilão?
A pergunta é insidiosa porque parte do pressuposto de que precisamos escolher lados em uma guerra de interesses.
Mas talvez o verdadeiro vilão não seja uma nação, mas a lógica que as move:
– A lógica que transforma povos em peças num tabuleiro geopolítico;
– Que justifica crimes com doutrinas;
– Que normaliza ocupações em nome da segurança;
– Que patrocina a guerra com discursos de liberdade;
– Que usa a religião como arma, a diplomacia como farsa, e a verdade como prisioneira.
O vilão é o fanatismo travestido de fé, o expansionismo disfarçado de defesa, o cinismo da realpolitik que se alimenta do caos.
O vilão é o sistema internacional que premia a força, silencia as vítimas e transforma cada novo massacre em mais uma oportunidade de poder.
Israel não é inocente.
O Irã não é mártir.
Ambos são espelhos de um mundo onde a razão se curva ao medo, e a justiça cede lugar ao domínio.
Mas o povo — israelense, iraniano, palestino — esse sim, é sempre o inocente que paga.
Porque os verdadeiros vilões da história quase nunca seguram armas.
Eles assinam tratados, apertam mãos em cúpulas, e fazem do sangue alheio a tinta de suas ambições.
Dylvan Castro
Mestre em Direito/Consultor Jurídico
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