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Dylvan Castro de Araújo (TELSIRIO ALENCAR/PAUTA JUDICIAL)
DIREITO E JUSTIÇA NA ENCRUZILHADA Direito e Justiça na Encruzilhada Autor: DYLVAN CASTRO DE ARAÚJO, Mestre em Direito e Consultor Jurídico abordará aqui nesse espaço vários temas que serão debatidos através de seus artigos, claro, recheados de Direito e Justiça na Encruzilhada de cada palavra.

“amores” abusivos

Foto: Reprodução/Internet
"amor" fatal

Não se iluda:
aquilo que começa com zelo exagerado, com elogios que soam como encantamento, logo revela sua face mais cruel.
Amores abusivos não chegam com socos, eles chegam com controle.
Com frases que diminuem.
Com olhos que vigiam.
Com regras que sufocam.

Eles te sequestram por dentro.
Desprogramam sua autoestima.
Reescrevem a sua história como se você fosse um erro a ser corrigido.
E o pior: fazem você achar que é amor.

Mas isso não é amor.
É manipulação emocional institucionalizada.
É uma cultura que ensina mulheres a suportar, a calar, a servir, a perdoar demais.
É um reflexo de uma sociedade que ainda romantiza a submissão e chama de “ciúmes” o que é controle, de “temperamento forte” o que é violência, de “relacionamento intenso” o que é abuso.

Ele diz que te ama,
mas decide com quem você fala.
Diz que se preocupa, mas humilha na frente dos outros.
Diz que é só o jeito dele, e você começa a pedir desculpas por sentir.
Por chorar.
Por existir.

O amor não deveria te tornar menor.
Não deveria te arrancar do espelho, nem te isolar do mundo.
Amor de verdade não te ensina a andar na ponta dos pés, com medo de uma explosão invisível a qualquer momento.
Amor não te faz duvidar da sua sanidade, enquanto a dele é desculpada como “estresse”, “cansaço” ou “ciúmes de quem ama demais”.

Chega!
Você não nasceu pra mendigar migalhas emocionais.
Você não é fraca por ter ficado.
Mas é forte, fortíssima, quando escolhe sair.
E denunciar.
E não silenciar o que tantas outras ainda vivem com vergonha e medo.

Porque não é exagero.
Não é drama.
É um grito necessário num país onde o abuso ainda tem lugar à mesa e muitas mulheres morrem por dia, caladas, julgadas, esquecidas.

O amor nunca foi prisão.
E se parece com cela, com censura, com chantagem, então é hora de quebrar as algemas.
Não com culpa.
Mas com a coragem de quem sobreviveu ao que muitos ainda insistem em chamar de amor.

Amor que fere é crime.
Amor que controla é opressão.
E você não precisa aceitar isso nunca mais.

Dylvan Castro.

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Encerrada em 31/05/2020 11:41

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