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Dylvan Castro de Araújo (TELSIRIO ALENCAR/PAUTA JUDICIAL)
DIREITO E JUSTIÇA NA ENCRUZILHADA Direito e Justiça na Encruzilhada Autor: DYLVAN CASTRO DE ARAÚJO, Mestre em Direito e Consultor Jurídico abordará aqui nesse espaço vários temas que serão debatidos através de seus artigos, claro, recheados de Direito e Justiça na Encruzilhada de cada palavra.

“A Fábrica de Cretinos Digitais” - o Livro.

Foto: InternetA Fábrica de Cretinos Digitais - o livro.
A Fábrica de Cretinos Digitais - o livro.

Há livros que nos sacodem como quem abre uma janela num quarto fechado há anos.

“A Fábrica de Cretinos Digitais” é um desses.

Michel Desmurget, com a precisão de cientista e a lucidez de quem olha o mundo sem filtros, nos entrega um alerta: estamos trocando a infância por telas brilhantes, e o preço é a própria essência humana.

Não se trata de um discurso nostálgico ou moralista, é um grito sustentado por estudos, dados e décadas de observação.

Ele descreve, com uma frieza que dói, como o excesso de exposição às telas, celulares, tablets, computadores, está corroendo a capacidade de atenção, a linguagem, a criatividade e, sobretudo, o tempo vivo das crianças e adolescentes.

Li suas páginas e senti que cada parágrafo é um espelho:

a criança que já não olha nos olhos,

o adolescente que se perde em deslizar o dedo,

o adulto que não sabe mais estar inteiro em um instante.

Mas Desmurget não escreve apenas para culpar, ele escreve para acordar.

Mostra que a fábrica não está longe, não é uma distopia futura: ela já está em nossas casas, nas mãos que entregam a tela como calmante, no silêncio que se compra com luz azul, na ingenuidade que confunde “conexão” com “convivência”.

A poesia do livro não está nas palavras suaves, mas na dor de constatar que ainda há tempo, pouco, mas há, para escolher outro caminho.

Que é possível devolver à infância seu direito de brincar com a terra, errar no desenho, correr até perder o fôlego.

Que é possível, e urgente, proteger a mente e o coração dos que ainda estão aprendendo a ser humanos.

No fim, A Fábrica de Cretinos Digitais não é apenas um livro.

É um mapa de fuga.

E cada leitor que o abraça com honestidade pode decidir se continua alimentando a engrenagem…

ou se ousa desligá-la, mesmo que seja dentro da sua própria casa.

Dylvan Castro.

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Encerrada em 31/05/2020 11:41

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