Lei institui o Programa Justo Acesso para ampliar cidadania e justiça
A sanção da lei representa um marco importante no fortalecimento das ações conjuntas entre os poderes executivo, judiciário e legislativo.
Não é apenas uma bomba.
É a negação de tudo o que a humanidade jurou aprender.
Cada ogiva pronta para disparar é um epitáfio antecipado, um testamento da nossa falência moral, um lembrete de que o Homo sapiens ainda é capaz de apagar o mundo — com um simples gesto.
A bomba não é um artefato.
É um símbolo.
De medo transformado em doutrina,
de poder traduzido em ameaça,
de civilização construída sobre o abismo.
Robert Oppenheimer, ao ver o primeiro teste nuclear, disse:
“Agora, eu me tornei a Morte, o destruidor de mundos.”
Não havia ali vaidade, apenas assombro.
O criador da bomba compreendia que havia criado também a possibilidade do fim.
Do fim de tudo.
Albert Einstein, cuja teoria ajudou a liberar o poder do átomo, passou o restante da vida alertando sobre o seu uso: “Não sei como será a Terceira Guerra Mundial, mas a Quarta será lutada com paus e pedras.”
O que ele via não era o triunfo da ciência — era o naufrágio da razão.
A quem serve essa arma que não pode ser usada?
Aos que vivem da dissuasão, da ilusão de que a paz pode ser sustentada por aquilo que, se acionado, destrói tudo o que se tentou preservar.
Chamam de “equilíbrio” o que é, na verdade, terror mútuo.
Chamam de “segurança” um mundo em que segundos definem destinos.
Chamam de “soberania” o direito de decidir quem vive e quem vira poeira.
Mas nenhuma bomba é neutra.
Cada uma carrega o eco de Hiroshima,
o silêncio de Nagasaki,
e a sombra do que não pode ser esquecido.
Bertrand Russell, filósofo da paz, escreveu:
“O problema com o mundo é que os estúpidos são excessivamente confiantes, e os inteligentes cheios de dúvidas.”
E é precisamente essa confiança cega, armada com ogivas, que torna a era nuclear uma era de alto risco e pouca lucidez.
Não importa em que mãos esteja:
russa, americana, norte-coreana, israelense, chinesa, iraniana.
Ela transforma toda ética em cálculo,
toda diplomacia em teatro,
todo futuro em refém.
É o fracasso da humanidade quando a política se curva ao medo.
É o colapso da razão quando se acredita que o poder de destruir protege mais do que a coragem de dialogar.
A filósofa Hannah Arendt alertava que o mal pode ser banal — mas no caso da bomba, o mal é sistemático, planejado, legitimado.
É uma “banalidade” de proporções cósmicas.
O sistema global, travestido de ordem, é mantido por um pacto de destruição recíproca.
E ainda assim chamamos isso de paz.
Mas o mundo não vive — apenas espera.
Espera que o botão não seja apertado.
Que o radar não falhe.
Que o ego de um líder não transborde os limites da razão.
Que o erro de um cálculo não vire cinza sobre cidades.
A humanidade caminha sobre fios de alta tensão, e a cada nova potência que se aproxima da bomba, não é a segurança que cresce — é a distância entre nós e a esperança.
Pois não se trata mais de quem tem a bomba, mas do fato de que ela já existe,
e de que aceitamos sua existência.
Aceitamos viver sob o risco da extinção como quem aceita um preço de mercado.
Aceitamos ensinar crianças num mundo que pode acabar num piscar de olhos.
Aceitamos o medo como parte da paisagem — e isso é, por si só, um tipo de derrota.
A bomba não mata apenas com explosão.
Ela mata em silêncio, quando nos acostuma a um mundo em que viver depende da inércia de mentes armadas.
A esperança não morre com o som de sirenes — ela morre quando deixamos de acreditar que o bem comum pode mais que o poder egoístico, que o diálogo pode mais que a ameaça covarde, que o ser humano pode mais do que a bomba que construiu.
O Irã, ou qualquer outro país, com aquisição de bomba atômica não significa apenas um novo jogador com poder nuclear.
Significa que qualquer um pode.
Significa que a humanidade não aprendeu com Hiroshima, nem com Nagasaki, nem com as décadas de tensão e medo que moldaram o século XX.
Significa que a história — tão ávida por repetir seus erros — volta a brincar com fósforo em um mundo feito de pólvora.
E, talvez, não haja quem apague o próximo incêndio.
Dylvan Castro
Mestre em Direito/Consultor Jurídico
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